29/11/08

A Nova Língua Portuguesa

(recebido duma amiga...partilho com aqueles que ainda conseguem ter humor ^..^)

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos negros afro-americanos, com vista a acabar com as raças por via gramatical - isto tem sido um fartote pegado!

As criadas dos anos 70 passaram a empregadas domésticas e preparam-se agora para receber menção de auxiliares de apoio doméstico.

De igual modo, extinguiram-se nas escolas os contínuos passaram todos a auxiliares da acção educativa.

Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por delegados de informação médica.

E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em técnicos de vendas.

O aborto eufemizou-se em interrupção voluntária da gravidez.

Os gangs étnicos são grupos de jovens.

Os operários fizeram-se de repente colaboradores.

As fábricas, essas, vistas de dentro são unidades produtivas e vistas da estranja são centros de decisão nacionais.


O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à iliteracia galopante.

Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes Conforto e Turística.


A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.

Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um comportamento disfuncional hiperactivo.

Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, crianças de desenvolvimento instável.

Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado invisual.
(O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...).

As putas passaram a ser senhoras de alterne.

Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em implementações, posturas pró-activas, políticas fracturantes e outros barbarismos da linguagem.


E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.

Estamos lixados com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.


E na linha do modernismo linguístico, como se chama uma mulher que tenta destruir a educação em Portugal ?

Ministra !

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