30/12/08

UM 2009 EM GRANDE PARA TODOS!

QUE EM 2009 POSSA CONCRETIZAR OS SEUS SONHOS!
QUE HAJA MAIS SOLIDARIEDADE E MAIS HUMANIZAÇÃO!
QUE OS ANIMAIS SEJAM RESPEITADOS ENQUANTO SERES VIVOS!
AJUDE A AJUDAR!

26/12/08

provérbio português

zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades

provérbio grego


as trevas escondem
o acontecimento futuro

provérbio japonês


das flores, a melhor é a flor
da cerejeira; entre os homens, o melhor é o soldado

provérbio persa


quem tem vontade
tem força

25/12/08

A Revolta das Galinhas!


Com um alentejano não se brinca...

Um rapaz Alentejano vai trabalhar para um daqueles grandes Hipers na América e ao fim do primeiro dia o chefe pergunta-lhe:
- Quantas vendas já fizeste?
- Uma.
- Uma venda? Isso é muito mau!!! Os meus vendedores normalmente fazem entre 25 a 30 vendas por dia!!!
Ora diz lá de quanto foi a venda...
- 757.326,45 DOLLARS
- O quê?????? Mas afinal o que é que vendeste?????
- Ora, primeiro vendi ao freguês um anzol pequeno, depois um anzol médio, e a seguir um anzol grande!...
Com tanto anzol vendi-lhe uma cana de pesca!... Perguntei onde é que ele ia pescar e ele disse para a costa.
Claro que lhe expliquei que para a costa era melhor ter um barco!!!
Então levei-o à secção de barcos de recreio e vendi aquele 'Silver Esprit' com os dois 'outboard' que o gajo até se passou!...
Conversa puxa conversa e ele disse que o carro dele era um Fiat Uno... e eu disse-lhe que para puxar o barco ele precisava dum 4x4!!!
Então fomos direitinhos ao stand e vendi-lhe aquele Range Rover que lá estava.
- Muito bem! Deves ser mesmo bom para venderes isso tudo a um gajo que só queria um anzol pequeno!!!
- Qual anzol qual quê!!!
Ele só cá vinha comprar uma caixa de TAMPAX para a mulher... e eu disse-lhe

'Já que tem o fim-de-semana lixado, mais vale ir à pesca...'

Sinceridade...


Num tribunal de uma pequena cidade, o advogado de acusação chamou a sua primeira testemunha; uma avó de idade avançada.
Aproximou-se da testemunha e perguntou:
- D. Ermelinda, a senhora conhece-me?
- Claro. Conheço-te desde pequenino e francamente, desiludiste-me.
Mentes descaradamente, enganas a tua mulher, manipulas as pessoas e falas mal delas pelas costas.
Julgas que és uma grande personalidade quando não tens sequer inteligência suficiente para ser varredor. É claro que te conheço.
O advogado ficou branco, sem saber que fazer.
Depois de pensar um pouco apontou para o outro extremo da sala e perguntou:
- D. Ermelinda, conhece o defensor oficioso?
- Claro que sim. Também o conheço desde a infância. É frouxo, tem problemas com a bebida, não consegue ter uma relação normal com ninguém e na qualidade de advogado, bem ... é um dos piores que já vi.
Não me esqueço também de referir que engana a mulher com três mulheres diferentes, uma das quais, curiosamente, é a tua própria mulher. Sim, também o conheço. E muito bem.
O defensor, ficou em estado de choque.
Então, o juíz pediu a ambos os advogados que se aproximassem do estrado e com uma voz muito ténue diz-lhes:
- Se algum dos dois perguntar à p....a da velha se me conhece, juro-vos que vão todos presos.

Será este o futuro?

Texto (verídico) retirado de uma prova livre de Língua Portuguesa, realizada por um aluno do 9.º ano, numa Escola Secundária das Caldas da Rainha (para ler, estarrecer e reflectir...!!!)


REDAXÃO
'O PIPOL E A ESCOLA'

Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb temdireitos e se n vai á escola latrá os seusmotivos pq isto tb é perciso ver qá razões qd um aluno não vaiá escola. primeiros a peçoa n se sente motivadapq axa q a escola e aiducação estam uma beca sobre alurizadas.

Valáver, o q é qintereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é muntomontanhoso?ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? ou cuantas estrofes temumcuadrado? ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?

Eópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem'oslesiades', q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavrasnormais mas q noaspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantoscomós outros, daaaah.

Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanosem on, mas os bitaites dos profesaté dam gomitos e a maltare-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n temabitos deleitura e q a malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbrasfoi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é qconceguiuassertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de lertudo qt é livro desde oCamóes até á idade média e por aífora, qués ver???

O pipol tem é q aprender cenas q intressam comona minha escola q á um curçode otelaria e a malta aprendemos afaser lã pereias e ovos mois e piças dexicolate q são assimtipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar umgravetame do camandro. Ah poizé. tarei a inzajerar?

A Todos os Meus Amigos...


Para todos aqueles que em 2008 me passaram correntes dizendo que, se reenviasse, ia ficar rica ou milionária, informo que
NÃO FUNCIONOU!
Em 2009 por favor mandem dinheiro, presentes ou vales de gasolina.
Obrigada.

ps: não aceito acções do BPN.

24/12/08

UM PAI NATAL PARA TODOS...

Um Pai Natal para todos,
de 2 e de 4 patas,
são os meus votos sinceros.
Eles dão tanto e pedem tão pouco.
Ajude a Ajudar!
Mélinha

provérbio português

apanha-se mais depressa um mentiroso
do que um coxo.

provérbio japonês


o carácter é como um
remendo: bom ou mau
serve a quem o tem.

provérbio persa


um belo rosto é a chave
das portas fechadas.

provérbio grego


a mulher sofre mais do
que o homem do mal
de amor, mas sabe
dissimulá-lo melhor.

17/12/08

Poupança alentejana...

Sugestão de poupança.
Muito útil nos tempos que correm e possível de enviar mesmo aos que estão longe...
basta um simples telefonema!!!

- Estouuuu... é da polícia?
- É sim, em que posso ajudá-lo?
- Queria fazer quexa do mê vizinho Maneli. Ele esconde droga dentro dos troncos da madeira para a larera.
- Tomámos nota. Muito obrigado por nos ter avisado.

No dia seguinte os agentes da polícia estavam em casa do Manel.
Procuraram o sítio onde ele guardava a lenha, e usando machados abriram ao meio todos os toros que lá havia, mas não encontraram droga nenhuma.
Praguejando foram-se embora.
Logo de seguida toca o telefone em casa do Manel.

-Oh Maneli, já aí foram os tipos da polícia?
- Já pois...
- E racharam-te a lenha toda?
- Sim pois...
- Atão Feliz Natal, home! Esse foi o mê presente deste ano!

A Consulta...

Onde é que tu estavas? - pergunta a mãe à menina.
- No quarto, a brincar aos médicos com o Joãozinho.
Ele era o médico e eu a doente.
A mãe dá um grito e um salto da cadeira.
- Aos médicos!?!
- Médicos da Caixa, mãe... ele nem me atendeu!

11/12/08

Um arco íris na sua vida...

Esta é mais uma estórinha, do dia-a-dia, mas com um final bem feliz...

Há coisa dum mês e tal vi um cão, no centro de Odivelas, e apercebi-me que as pessoas não se chegavam a ele, pelo contrário faziam um pequeno desvio, mesmo as que estavam a passear os seus animais.
Fui vê-lo mais de perto, estava encostado à parede lateral dum prédio a apanhar sol, e a pele parecia que estava queimada, com muito mau aspecto.
Fiquei de rastos.
Sem ter condições para o acolher, para o levar ao veterinário...mimei-o, comprei-lhe comida, deixei uma vazilha com água e tive de ir a correr para o trabalho...
Voltei lá à noite mas já não o vi...
Nos dias seguintes não consegui ir ao mesmo local, mas estava atenta por onde passava a ver se o via...
Na semana passada ao passear o meu Manoel (de 4 patas) vi uma senhora que estava a colocar uma caixa, debaixo dum banco de pedra, com dois cães de volta dela...fui até lá...
O cão maior era dela, e o outro nem o reconheci...
A miga mora mesmo ali, reparou no menino, passou a tratar dele, a sarna já tinha desaparecido, estava a fazer-lhe uma caminha com um edredão e forrada com um plástico por causa da chuva, punha-a à noite e retirava-a de manhã. Disse-me que não tinha condições para ter um 2º animal mas que não foi capaz de virar a cara ao sofrimento dele...
Como não tem net combinei no fim-de-semana passar por lá para tirar umas fotos, divulgá-lo nos foruns dos animais e fazer circular um mail à procura duns donos que o merecessem...
No sábado fui até lá mas já não o vi, andei pela zona e nada...
Ontem à noite, quando ia para casa, vi os dois meninos a passearem e estranhei porque tinham ambos coleiras...chamei a miga para saber se estava tudo bem...
Pois é...
Melhor não podia estar...
Com as chuvadas ela não aguentou, foi buscá-lo à rua, e fui testemunha ali mesmo: o menino pôs-se em pé a dar-lhe beijinhos ^..^
Foi um arco-íris às 8 e tal da noite...

03/12/08

O Advogado e o Alentejano!


Um advogado, todo Lisboeta, vai caçar patos para o Alentejo.
Dá um tiro, acerta num pato, mas o bicho cai dentro da propriedade de um lavrador.
Enquanto o advogado saltava a vedação, o lavrador chega no tractor e pergunta-lhe o que estava ele a fazer.
O advogado respondeu:
- Acabei de matar um pato, mas ele caiu na sua terra, e agora vou buscá-lo.
O velhote responde:
- Esta propriedade é privada, por isso não pode entrar.
O advogado, indignado:
- Eu sou um dos melhores advogados de Portugal! Se não me deixa ir buscar o pato eu processo-o e fico-lhe com tudo o que tem!
O lavrador sorriu e disse:
- O senhor não sabe como é que funcionam as coisas no Alentejo! Nós aqui temos o Código Napoleónico! Nós resolvemos estas pequenas zangas com a Regra Alentejana dos Três Pontapés. Primeiro eu dou-lhe três pontapés; depois você dá-me três pontapés e assim consecutivamente até um de nós desistir!
O advogado já se estava a sentir violento há um bocado, olhou para o velho e pensou que era fácil dar-lhe uma carga de porrada. Por isso, aceitou resolver as coisas segundo o costume local.
O velho, muito lentamente, saiu do tractor e caminhou até perto do advogado.
O primeiro pontapé, dado com uma galocha bem pesada, acertou directamente nas bolas do advogado, que caiu de joelhos e vomitou.
O segundo pontapé quase arrancou o nariz do advogado.
Quando o advogado caiu de cara, com as dores, o lavrador apontou o terceiro pontapé aos rins, o que fez com que o outro quase desistisse.
Contudo, o coração negro e vingativo do advogado falou mais forte.
Ele não desistiu, levantou-se, todo ensanguentado, e disse:
- Bora, velhote! Agora é a minha vez!
O lavrador sorriu e disse:
- Nah! Eu desisto...
...leve lá o pato!


(moral da estória: não te metas com um velhote alentejano ^..^)

29/11/08

A Nova Língua Portuguesa

(recebido duma amiga...partilho com aqueles que ainda conseguem ter humor ^..^)

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos negros afro-americanos, com vista a acabar com as raças por via gramatical - isto tem sido um fartote pegado!

As criadas dos anos 70 passaram a empregadas domésticas e preparam-se agora para receber menção de auxiliares de apoio doméstico.

De igual modo, extinguiram-se nas escolas os contínuos passaram todos a auxiliares da acção educativa.

Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por delegados de informação médica.

E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em técnicos de vendas.

O aborto eufemizou-se em interrupção voluntária da gravidez.

Os gangs étnicos são grupos de jovens.

Os operários fizeram-se de repente colaboradores.

As fábricas, essas, vistas de dentro são unidades produtivas e vistas da estranja são centros de decisão nacionais.


O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à iliteracia galopante.

Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes Conforto e Turística.


A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.

Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um comportamento disfuncional hiperactivo.

Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, crianças de desenvolvimento instável.

Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado invisual.
(O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...).

As putas passaram a ser senhoras de alterne.

Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em implementações, posturas pró-activas, políticas fracturantes e outros barbarismos da linguagem.


E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.

Estamos lixados com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.


E na linha do modernismo linguístico, como se chama uma mulher que tenta destruir a educação em Portugal ?

Ministra !

28/11/08

Balada para uma Velhinha

(sempre adorei este fado-canção
a letra, a música e o cantor, o grande fadista Carlos do Carmo)

balada para uma velhinha
carlos do carmo

música: martinho de assunção
letra: ary dos santos

Num banco de jardim uma velhinha
está tão só com a sombrinha
que é o seu pano de fundo.
Num banco de jardim uma velhinha
está sozinha, não há coisa
mais triste neste mundo.
E apenas faz ternura, não faz pena,
não faz dó,
pois tem no rosto um resto de frescura.
Já coseu alpergatas e
bandeiras verdadeiras.
Amargou a pobreza até ao fundo.
Dos ossos fez as mesas e as cadeiras,
as maneiras
que a fazem estar sentada sobre o mundo.
Neste jardim ela
à trepadeira das canseiras
das rugas onde o tempo
é mais profundo.
Num banco de jardim uma velhinha
nunca mais estará sozinha,
o futuro está com ela,
e abrindo ao sol o negro da
sombrinha poidinha,
o sol vem namorá-la da janela.
Se essa velhinha fosse
a mãe que eu quero,
a mãe que eu tinha,
não havia no mundo outra mais bela.
Num banco de jardim uma velhinha
faz desenhos nas pedrinhas
que, afinal, são como eu.
Sabe que as dores que tem também são minhas,
são moinhas do filho a desbravar que Deus lhe deu.
E, em volta do seu banco, os
malmequeres e as andorinhas
provam que a minha mãe nunca morreu.

Balada da Neve


Augusto César Ferreira Gil (1873-1929) nasceu em Lordelo do Ouro, Porto, e faleceu em Lisboa. Estudou inicialmente na Guarda, donde os pais eram oriundos, e formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Começou a exercer advocacia em Lisboa, tornando-se mais tarde director-geral das Belas-Artes. Na sua poesia notam-se influências do Parnasianismo e do Simbolismo. Influenciado pelo lirismo de António Nobre, a sua poesia insere-se numa perspectiva neo-romântica nacionalista.

Balada da Neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
– Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
– e cai no meu coração.
(o poema mais ouvido na minha infância) ^..^

29/10/08

A Língua Portuguesa é mesmo fascinante!

Vocês sabem a diferença entre o tratamento por tu e por você?
Vocês pensam que sabem, mas leiam o que se segue.

O Director Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante director, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia.
Então o Director Geral do Banco chamou um detective e disse-lhe:
- Siga o Dr. Mendes durante uma semana, durante a hora do almoço.
O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
- O Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho. Responde o Director Geral:
- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
O detective pergunta-lhe:
- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?
- 'Sim, claro' respondeu o Director surpreendido!
- Então vou repetir:
o Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
^..^
A língua portuguesa é mesmo fascinante!

Sabes que estás a ficar um louco do Séc. XXI quando...

1. Envias um e-mail ou usas o GTalk para conversar com a pessoa que trabalha na secretária ao teu lado;
2. Usas o telemóvel na garagem de casa para pedir a alguém que te ajude a levar as compras;
3. Esqueces o telemóvel em casa (coisa que não tinhas há 10 anos atrás), ficas apavorado e voltas para ir buscá-lo;
4. Levantas-te pela manhã e quase, quase que ligas o computador antes de tomar o café;
5. Conheces o significado de tb, qd, cmg, mm, dps, k, ...;
6. Não sabes o preço de um envelope comum;
7. A maioria das anedotas que conheces, recebeste por e-mail (e ainda por cima ris sózinho...);
8. Dizes o nome da tua empresa quando atendes ao telefone na tua própria casa (ou até mesmo o telemóvel !);
Digitas o '0' para telefonar da tua casa;
10. Vais para o trabalho quando está a amanhecer, voltas para casa quando anoitece de novo;
11. Quando o teu computador avaria, parece que foi o teu coração que parou;
11. Estás a ler esta lista e a concordar com a cabeça e a sorrir;
12. Estás a concordar tão interessado na leitura que nem reparaste que a lista não tem o número 9;
13. Retornaste à lista para verificar se era verdade que faltava o número 9 e nem viste que há dois números 11;
14. E AGORA ESTÁS A RIR DE TI MESMO!!!
15. Já estás a pensar para quem vais enviar esta mensagem;
16. Provavelmente agora vais clicar no botão 'Reencaminhar'... é a vida...que mais poderias fazer?... foi o que eu fiz também...
Feliz modernidade.

Com um Alentejano não se brinca!

Um rapaz Alentejano vai trabalhar para um daqueles grandes Hipers na América e ao fim do primeiro dia o chefe pergunta-lhe:
- Quantas vendas já fizeste?
- Uma.
- Uma venda?

Isso é muito mau!!!
Os meus vendedores normalmente fazem entre 25 a 30 vendas por dia!!!
Ora diz lá de quanto foi a venda...
- 757.326,45 DOLLARS
- O quê??????

Mas afinal o que é que vendeste?????
- Ora, primeiro vendi ao freguês um anzol pequeno, depois um anzol médio, e a seguir um anzol grande!...
Com tanto anzol, vendi-lhe uma cana de pesca!...
Perguntei-lhe onde é que ele ia pescar e ele disse para a costa.
Claro que lhe expliquei que para a costa era melhor ter um barco!!!
Então levei-o à secção de barcos de recreio e vendi aquele 'Silver Esprit' com os dois 'outboard' que o gajo até se passou!...
Conversa puxa conversa e ele disse que o carro dele era um Fiat Uno...e eu disse-lhe que para puxar o barco ele precisava de um 4x4!!!
Então fomos direitinhos ao stand e vendi-lhe aquele Range Rover que lá estava.
- Muito bem! Deves ser mesmo bom para venderes isso tudo a um gajo que só queria um anzol pequeno!!!
- Qual anzol qual quê!!!
Ele só cá vinha comprar uma caixa de TAMPAX para a mulher... e eu disse-lhe:
Já que tem o fim-de-semana lixado mais vale ir à pesca...

10/10/08

Entenda a Crise do Subprime

Entenda a Crise do Subprime
(Este "gajo" devia ir ao Parlamento, explicar a crise financeira mundial.)


Para quem não entendeu ou não sabe bem o que é ou gerou a crise americana, segue breve relato económico para leigo entender... rsrsrsrs.
É assim

O Ti Jaquim tem uma tasca, na Vila Carrapato, e decide que vai vender copos 'fiados'aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.
Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose do tintol e da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do Ti Jaquim, um ousado administrador formado em curso muito reconhecido, decide que o livrinho das dívidas da tasca constitui, afinal, um activo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o 'fiado' dos pinguços como garantia.
Uns seis zécutivos de bancos (que recebem chorudíssimos ordenados como prémio pelas decisões milagreiras que saiem daquelas cabacinhas, sim cabacinhas), mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (os tais livrinhos das dívidas do Ti Jaquim).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bêbados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e a tasca do Ti Jaquim vai à falência.

E toda a cadeia vai para a p... que a ariu....

Viu... é muito simples...!!!

Moral da Estória: se não quer ir à falência não tenha livro de fiados...^..^

21/09/08

Quantos Cães seriam necessários para mudar uma lâmpada?


Labrador - Eu! Eu! Por favor! Deixem-me trocar a lâmpada! Posso, posso? Hã? Posso?
Teckel - Não chego à lâmpada....
Terrier - Eu chego lá! Eu chego lá! Eu SEI que sou capaz! Mais vinte saltos e ela é TODA minha!
Galgo - Ela não se mexe. Quero lá saber!....
Shih Tzu - Pul favol, deixem os cliados fazel isso....
Rott - Atrevam-se a obrigar-me a trocá-la....
Border Collie - Eu troco. E vou substituir todos os fios que estejam estragados.
Caniche - Não posso arriscar-me a estragar as unhas...
Malamute- Deixem o border collie trocar. Entretanto, podem dar-me de comer.
Cocker Spaniel - Vão trocá-la porquê? Mesmo que esteja escuro não preciso dela para continuar a fazer chichi no tapete.
Mastim - Os mastins não têm medo do escuro!
Basset Hound - Zzzzzzzzzzzz...............
Chihuahua - Yo quiero Taco Bulb.
Pastor Alemão - Eu disse que trocava a lâmpada. Afastem-se!

12/08/08

O Velho Que Lia Romances de Amor


" O administrador da circunscrição, único funcionário, máxima autoridade e representante de um poder demasiadamente longínquo para infundir receio, era um indivíduo obeso que suava sem descanso.
Diziam os habitantes do lugar que a suadeira dele começara logo que pusera pé em terra depois de desembarcar do Sucre, e que desde então não deixara de espremer lenços, ganhando assim a alcunha de Babosa.
Murmuravam também que, antes de chegar a El Idilio, esteve nomeado para uma cidade grande qualquer da serra e que, por causa de um desfalque, o mandaram para aquele recanto perdido da região oriental como castigo.
Suava, e a sua outra ocupação consistia em administrar a provisão de cerveja. Escorropichava as garrafas bebendo sentado à secretária, em goladas curtas, pois sabia que, depois de terminada a provisão, a realidade se tornaria mais desesperante.
Quando a sorte estava do seu lado, podia acontecer as suas securas serem recompensadas com a visita de um gringo bem abastecido de uísque. O administrador não bebia aguardente como os restantes habitantes da terra. Garantia que a Frontera lhe provocava pesadelos, e vivia acossado pelo fantasma da loucura.
Desde não se sabe que data imprecisa vivia com uma indígena que espancava selvaticamente, acusando-a de o ter embruxado, e todos estavam à espera de que a mulher o assassinasse. Até se faziam apostas a tal respeito.
Desde o momento da sua chegada, sete anos antes, tornara-se odiado por todos.
Chegou com a mania de cobrar impostos por razões incompreensíveis. Pretendeu vender licenças de pesca e caça num território ingovernável. Quis cobrar direito de usufruto aos apanhadores de lenha que juntavam madeira húmida numa floresta mais antiga que todos os estados e, num arroubo de zelo cívico, mandou construir uma choça de canas para fechar lá os bêbedos que se negavam a pagar as multas por alteração da ordem pública.
A sua passagem provocava olhares depreciativos, e o seu suor recompensava o ódio da gente do lugar."

Luís Sepúlveda,

exerto retirado do capítulo segundo de
"
O Velho Que Lia Romances de Amor"
1989

11/08/08

O que engorda...

Chocolate não engorda...


quem engorda é você!!!

A culpa é delas...

As calorias são pequenos animais que moram nos roupeiros e que durante a noite apertam a roupa das pessoas.

07/08/08

Carta de uma Mãe...


Mê querido filho,
ponho-te estas poucas linhas para saberes que estou viva.
Escrevo devagar por que sei que não gostas de ler depressa.
Se receberes esta carta, é porque chegou.
Se ela não chegar, avisa-me que eu mando-te outra.
Tê pai leu no jornal que a maioria dos acidentes ocorrem a 1km de casa. Assim, mudámo-nos para mais longe.
Sobre o casaco que querias, o tê tio disse que seria muito caro mandar-to pelo correio por causa dos botões de ferro que pesam muito.Assim arranquei os botões e puse-os no bolso. Quando chegar aí, prega-os de novo.
No outro dia, houve uma explosão na botija de gás aqui na cozinha. O pai e eu fomos atirados pelo ar e saímos fora de casa. Que emoção: foi a primeira vez em muitos anos que o tê pai e eu saímos juntos.
Sobre o nosso cão, o Joli, anteontem foi atropelado e tiveram de lhe cortar o rabo, por isso toma cuidado quando atravessares a rua.
Na semana passada, o médico veio visitar-me e colocou na minha boca um tubo de vidro. Disse para ficar com ele por duas horas sem falar. O teu pai ofereceu-se para comprar o tubo.
Tua irmã Maria vai ser mãe, mas ainda não sabemos se é menino ou menina, portanto não sei se vais ser tio ou tia.
O teu irmão António deu-me muito trabalho hoje. Fechou o carro e deixou as chaves lá dentro. Tive que ir a casa, pegar a suplente para a abrir. Por sorte, cheguei antes de começar a chuva, pois a capota estava em baixo.
Se vires a Dona Esmeralda, diz-lhe que mando lembranças. Se não a vires, não digas nada.
Tua Mãe Marta.
PS: Era para te mandar os 100 euros que me pediste, mas quando me lembrei já tinha fechado o envelope.

A 4ª Sirene!


O bombeiro chega a casa e diz à mulher:
No quartel temos um sistema excelente,
com o tocar da primeira sirene juntamo-nos em equipas,
com a segunda sirene descemos pela coluna

e com a terceira subimos ao carro e saímos.
A partir de hoje quando eu disser

'primeira sirene' tiras a roupa,
'segunda sirene' vais para a cama, e

'terceira sirene' fazemos amor toda a noite.
No dia seguinte o bombeiro chega a casa e grita
'primeira sirene',

a mulher tira a roupa
de seguida grita
'segunda sirene'

a mulher deita-se na cama
e por fim grita
'terceira sirene'

e começam a fazer amor.
Após alguns minutos a mulher grita
'quarta sirene'
e o bombeiro exclama:

que raio é essa 'quarta sirene' ?
E a mulher responde:
desenrola mais a mangueira porque ainda está longe do fogo...

Beijos, do teu dedicado marido.


Querida:
Muito obrigado pela tua linda e carinhosa carta.
Podes ter a certeza de que eu sei tratar de mim, por isso não te preocupes comigo.
Durante a tua ausência, não se tem passado nada de especial cá em casa.
Enquanto estás fora, tenho preparado o meu próprio almoço, e todos os dias me espanto de como tudo tem saído bem!
Já que estou sempre com pressa, ontem decidi fazer batatas fritas.

Já agora, diz-me uma coisa: era preciso descascar as batatas?
Enquanto estavam a fritar, aproveitei para ir buscar uns brioches à padaria.
Quando voltei, o esmalte da frigideira tinha derretido.
Nunca pensei que o estupor da frigideira aguentasse tão pouco.
E tu que me dizias que o Teflon aguentava tudo e mais alguma coisa!

Já consegui tirar toda a fuligem da cozinha, mas o nosso gato Fred, é que ficou preto que nem um tição, e agora tosse o dia inteiro...
Desde esse dia entra em pânico e foge quando mexo nas panelas ou abro o bico do fogão.
Já que pelo menos uma vez por dia preciso de uma refeição mais elaborada, quando estou a fazê-la, o Fred dá às de «Vila Diogo» e só aparece passadas umas horas...

Diz-me outra coisa: quanto tempo é que é preciso para cozer os ovos?
Eu já os pus a ferver há duas horas, mas mesmo assim, continuam duros que nem uma pedra!
Também queria que me dissesses se se pode aproveitar leite queimado.
Queres que o guarde na despensa até tu voltares?

Na semana passada tive um pequeno contratempo ao cozinhar umas ervilhas.
Vou-te contar: agarrei numa lata e decidi aquecê-la.
Mas, infelizmente, explodiu dentro do microondas.
A porta do microondas foi projectada para fora da cozinha e foi dar contra a nossa pequena estufa de inverno, que claro, ficou partida, assim como a janela.
Como a janela estava fechada (preciso de a fechar antes de começar a cozinhar, senão os bombeiros aparecem outra vez), a porta do microondas arrancou-a também, tal foi a força.
Por sua vez, a lata de ervilhas parecia um foguete a levantar voo!...
Atravessou o tecto e foi embater na filha do Freitas, o nosso vizinho de cima.
Parece-me que ela ficou bem...

Outra coisa: já te aconteceu a louça suja ficar com mofo?
Como é que isto se pode dar em tão pouco tempo?
Afinal, tu foste de férias no mês passado, mas parece que foi ontem!
Aliás, atrás do lava-louças há montes de bichos - daqui a pouco até vai dar para fazer um documentário e vendê-lo ao 'National Geographic'...
De onde é que saíram tantos bichos cheios de pernas?
Puseste alguma coisa que não devias lá atrás?

Bom, isto acabou por fazer com que eu tomasse uma atitude e lavasse a louça.
Por favor não me insultes, meu amor, mas aquele lindo serviço de jantar de porcelana da tua avó, já era...
Eu realmente não contava com isso, afinal de contas parecia tão robusto e sólido!
Bom, talvez eu tenha exagerado um bocadinho ao pôr o lava-louças no 'programa completo com centrifugação'...
Aliás, a máquina de lavar roupa também se escangalhou.
A faca de aço temperado que eu pus lá dentro, sem querer, estragou o cilindro durante a centrifugação, porque ficou presa na parede interna.
Quanto ao cilindro, atravessou a parede de tijolos, fazendo um pequeno buraco, e foi aterrar no jardim.

Durante um dos almoços, sujei a carpete persa com molho de tomate.
Sempre me disseste que as manchas do molho de tomate são impossíveis de tirar.
Ficas a saber, meu amor, que com um bocadinho de aguarrás, sai tudo, mas mesmo tudo, inclusivamente, a lã e a seda da carpete.

O frigorífico estava a fazer muito gelo, por isso tive que o descongelar.
Tenho que te ensinar uma coisa: o gelo sai facilmente se o raspares com uma espátula de pedreiro!
Só não sei é porque é que agora passou a aquecer...
O iogurte, a água com gás e o champanhe, explodiram.

Sabes, querida, na passada quinta-feira, esqueci-me de, ao sair, fechar à chave a porta de casa.
Alguém deve ter entrado, porque faltam algumas coisas de valor, entre elas, aquele colar de marfim que o teu bisavô trouxe da expedição a África, no século XIX.
Mas, como tu costumas dizer, o dinheiro não dá felicidade, e tudo o que é material, é efémero.

O teu guarda-vestidos também está vazio, mas penso que não devem ter levado muita coisa, já que, sempre que saímos, tu dizes que não tens nada que vestir...
Bom, vou ficar por aqui, mas amanhã conto-te mais coisas!
Espero que te descontraias bastante no SPA e que gozes muito o teu descanso.

Beijos mil, com muito amor, do teu Afonso que muito te ama!!!
P.S.: A tua mãe veio cá ver como estavam as coisas, e teve um enfarte.
O velório foi ontem à tarde, mas eu preferi não te contar nada para não te estragar as férias e aborrecer-te desnecessariamente.
Afinal de contas, tens que aproveitar as tuas férias e voltares bem mais descansada do teu SPA.
Beijos, do teu dedicado marido.

03/08/08

Para quem diz: vai fora porque agora há uma criança em casa!









Declaração de Amor à Alentejana!

Minha querida magana..
Desda aquela vez da palha naquele monti
Que aqui ficastes escarrapachada na minha alembradura.
Atão na foi tão bom? Diz laa?
Condolho pra ti com esses bêços de mula,
O mê coração prega purradões nas costelas,
Parece um trator a arrencar ecalitros naquela charneca.
Se mamares comé tamo,
Se machares come tacho
Vamos pedir a tê pai cacete o nosso acasalamento.

Gosto de ti, pôrra!

Poupe Papel...ajude o Planeta!


Nunca interrompa quando alguém fala !!!

O Joãozinho achou tão excitante o que tinha visto que não se conteve e correu para casa para contar à mãe.

- Mãe, mãe, eu estava no pátio da escola, quando vi o carro do pai ir para o bosque com a tia Lídia.
Fui a correr atrás dele para ver o pai e ele estava a dar um grande beijo na tia Lídia...
depois ele ajudou-a atirar a blusa...
depois a tia Lídia ajudou o pai a tirar as calças...
e depois a tia Lídia...

Nesse ponto, a Mãe interrompeu-o e disse :
- Joãozinho, essa é uma história tão interessante, que vais guardá-la para a hora do jantar!
Quero ver a cara do teu pai, quando lhe contares tudo isso, à noite.

Ao jantar, a mãe pediu ao Joãozinho para contar a história.

- Eu estava a brincar no pátio da escola quando vi o carro do pai ir para o bosque com a tia Lídia.
Corri para ver.
O pai estava a dar um grande beijo à tia Lídia.
Ajudou-a a tirar a blusa e a tia Lidia ajudou o pai a tirar as calças e depois a tia Lídia e o pai começaram a fazer as mesmas coisas que a mãe e o tio Jacinto faziam, quando o Pai estava na tropa!

A Mãe desmaiou!

Moral da história:

às vezes, é preciso ouvir a história toda, antes de interrompermos...

15/07/08

Há Dias Felizes...E Hoje É Um Deles!!!


(esta estória é verdadeira, começou na noite do dia 11 e acabou na manhã de 15 de Julho de 2008, já faz parte da minha vida, já faz parte de mim...)

Tinha pensado ir hoje à praia de manhã, não o tenho feito e queria aproveitar estes dois dias que me restam da baixa, mas sentia-me muito cansada e os vidros das marquises precisam de serem lavados ^..^
Por outro lado, desde ontem à noite, que não me sentia bem.
Na 6ª feira à noite apareceu aqui na escola um cão.
Quando fui passear o Manel (um cão resgatado da rua, após ter sido abandonado, encontrei-o no dia 23 de Junho) vi-o, estive a fazer-lhe festas através do gradeamento e fiquei triste por ele.
Não estava acorrentado, podia andar pelo recinto todo, e a área é bem grande, mas chorava e uivava muito.
Claro que apareceu um vizinho sabe-tudo a dizer «de certeza que é da escola, eles tratam dele».
Sempre achei ou que ele entrou e depois já não sabia sair, o que não faz sentido, ou que foi atirado por cima da vedação. Naquele sítio à noite há sempre grupos de malta nova, fazem corridas de carros, etc.
Desde essa altura que vou sempre lá, chamo por ele quando está mais longe, levo-lhe água que bebe e ração seca, que não comeu, e há mais algumas pessoas também preocupadas com ele.
Ontem recebi a informação do Encontra-me.org, que divulgo sempre, e vi a foto dum cão que me pareceu familiar.
Há dias passou um outro abandonado, muito idêntico a este mas maior, nem se chegou a mim de tão assustado estava, pele e osso e seguiu o seu caminho . E até fui escrever no anúncio isso mesmo.
Mas esta noite acordei a pensar que tinha de ver melhor a foto porque havia o pormenor da coleira.
Hoje de manhã abri logo o computador, mesmo com o Manel aflito para sair, e fui ver o menino para confirmar a cor da coleira.
Telefonei para o número de telemóvel e combinei com os donos, que andam aflitos à procura dele desde o dia do desaparecimento.
E lá fui para o pé do Gaudi, que estava deitado atrás do gradeamento com o olhar mais triste que já vi (hoje na escola estavam lá as contínuas e mais pessoas mas ele nem ia para o pé delas). Afastei-me para que me localizassem melhor e foi a festa total.
Os donos são um casal jovem com uma filhota pequena.
A dona agarrou-se a mim a chorar e a beijar-me, o dono saltou a vedação que ainda é alta, eu disse-lhe que dávamos a volta e íamos pelo portão, mas qual quê e o Gaudi pulava e saltava e dava ao rabo e ria-se com a boca toda aberta lindo menino.
Foi adoptado na UZ, ainda bébé de 2 meses, está numa vivenda, durante o dia quando os donos não estão está preso com uma corrente, cá fora, para se distrair...já aconteceu ele ter fugido e ter ido dar uma voltinha ao quarteirão, por outro lado o vizinho da vivenda ao lado quando está alcoolizado chega lá, liberta-o e enxota-o.
Ainda por cima este casal que já teve uma muito má experiência - tinham 13 gatos, foram envenenados, e os que não morreram por si tiveram de ser adormecidos no veterinário tal o sofrimento - e que decidiram ir buscar um menino a uma associação para lhe dar um lar.
Ficaram desesperados com o desaparecimento, têm andado de noite até altas horas de madrugada à procura dele... ainda por cima vão para Espanha daqui a 2 semanas e claro que o Gaudi também vai, estando desaparecido e os dias a passar estavam sem saber o que fazer.
O Gaudi até tem passaporte.
Se não tivesse o Manel nem tinha dado a atenção devida a isto porque apesar de ver à mesma o cão iria pensar que era da escola, e como raramente vou lá para cima nem o veria mais de perto.
E pronto...
Há dias felizes...e hoje é um deles!

12/07/08

Cardoso Pires por Cardoso Pires

Auto-Retrato
Cardoso Pires por Cardoso Pires
«Fumar ao Espelho»

«Aos cinquenta anos dei por mim a fumar ao espelho e a perguntar E agora, José.
Fumar ao espelho, qualquer José sabe isso, é confrontarmo-nos com o nosso rosto mais quotidiano e mais pensado. Por trás, em fundo, tem-se um cenário do presente imediato (a porta do quarto, um cabide vazio) mas esse presente, logo à segunda fumaça já é passado (a porta desfez-se, o cabide voou) e tanto mais passado quanto mais mergulhamos no cigarro.
O olhar envelheceu, foi o que foi.
E então, por mais que a gente diga que não, começam a aparecer as pegadas históricas do Dinossauro que nos andou a foder a vida durante cinquenta anos. Adivinhamo-las à superfície do vidro, são manchas fósseis, gretadas, então não se vê logo? e, escuta à distância, ouve-se o carrossel do medo. Aqui e ali vão-se levantando farrapos do muito que em nós se adiou e do muito que em nós se morreu, e nalguns casos podemos até distinguir o traço de liberdade que abrimos com os nossos livros nessa desolação prolongada.
Pronto, estamos feitos, José.
De agora em diante começa o rememorar, devias saber.
Certo, cinquentas... muito ano.
Muito silêncio, muita humilhação. Mas diz-me, espelho, vale a pena recordá-los? A que propósito agora esse arranhar de ferida, essa recriminação?
José, no espelho, encolhe os ombros. É como se não me ouvisse, como se não se ouvisse, nada a fazer.
No espelho os olhos só se vêem reflectidos noutras coisas, segreda-me por cima do ombro o honorável William Shakespeare a páginas tantas (e com franqueza, deitam um bafo podre, estas palavras). Mas nem assim, José continua na dele. José é José, suspeita que o querem despir do passado para que fique incapaz de o reconhecer quando lho puserem pela frente na primeira oportunidade. E defende-se, não desarma. Daqui a pouco está com certeza a citar Santayana (não me admirava nada) e a sublinhar desgraças. Revê exemplos, concita mortos porque (palavras de Santayana, eu não dizia?) «quem esquece o passado arrisca-se a vivê-lo outra vez» e ao chegar a este ponto não adianta mais. Disse. Ou melhor, eu disse.
Mas fumar ao espelho não é só ver para trás olhando de frente. É também um modo José de futurar, para lá do rosto que o repete e que fumega. E aí, deixa que te diga, o pessimismo... que nos lixa. Porquê? Ah bom, porque... uma dor de colhões, não te rias. Absolutamente. O pessimismo, se não sabes ficas a saber, sempre teve a ver com carências afectivas. Daí que ele seja incómodo por natureza. Incómodo para o próprio que, sabe Deus, tem de viver toda a vida com essa dor, esse nó, e incómodo para a Pátria que já mandou para o Camões todos os Velhos do Restelo que lhe andavam a dar azar. Isto - por um lado, aquele a que podemos chamar Da Saúde Nacional. Mas há o outro, o da superstição. Absolutamente. O pessimismo acaba sempre por funcionar como uma superstição de prudência: prevê o pior para ir acumulando resistências contra o mau mas sempre na esperança de que o mau nunca venha a acontecer. E se acontecer, percebes, também já não perde tudo, ganhou pelo menos a glória da razão. Uma superstição pela negativa ou por efeito contrário, dirá algum, mas muitas ... realmente nesse jogo a dois gumes que acaba o austero pessimismo.
Que horas serão isto? Horas? Nos colóquios de espelho nunca é tarde nem é cedo nem hora certa sequer, quem me ensinou isto foi o reverendo Lewis Carrol que tinha a mania dos vidrinhos às cores. Se calhar...
Por isso é que estes exercícios, se a gente não tiver cuidado, acabam num ritual que não interessa nem ao Menino Jesus. Um ritual, José, onde o padecente, em vez de incenso se esfumaça em nicotina. Em vez de incenso, tabaco, em vez de hossanas, Provocações, e às duas por três, se a gente não mete travões, esta coisa, este frente-frente, acaba numa auto- contemplação. Ou numa autoflagelação, para o caso tanto faz. Porque aqui tudo se passa entre o indivíduo e as suas imagens e, curiosamente, numa conversa muda que sabe tanto a círculo vicioso como este cigarro que eu tenho nos dedos. Fumo-o e ele fuma-me, estás a ver?
Fumar ao espelho, solidão dobrada - diria o meu irmão se aqui estivesse (mas não está, morreu aos vinte e um anos num avião militar), ele que, sem cigarro e sem espelho, acabou por conhecer a mais estranha e a mais ampla solidão que se pode conhecer. A do espaço final, vê tu. A da imensidão azul onde a morte o foi procurar, 3500 pés acima do planeta dos homens.
Não, nisto de alguém se interrogar ao espelho, olhos nos olhos, é consoante. Tem muitos ângulos - e tu estás aí, que não me deixas mentir. Vários ângulos. Há quem procure, santa inocência, fazer um discurso de silêncio capaz de estilhaçar o vidro e há quem espere receber, por reflexo da própria imagem, algum calor animal que desconhece. Seja como for, o que dói, e assusta, e é triste e desastradamente cómico neste exercício, é o pleonasmo de si mesma em que a pessoa se transforma. Repete-se. Se bem que com feroz independência (todo o seu esforço é esse) repete-se em imagens controversas que a possam explicar.
Quanto à solidão de há pouco não há pleonasmo nem desdobramento que a salve nem mesmo os psicanalistas que temos cofres cheios dela. Para o vulgar contribuinte, a solidão resume-se a um vocábulo lamentoso ou a um fatalismo social de crédito comprovado, mas em boa verdade talvez não passe de uma metáfora do medo, simplesmente. Seja ela o que for, peço desculpa mas sem solidão ninguém vive. Solitário, não vamos mais longe, é este escritor que aqui está quando se entrega ao acto de escrever. Quer ele queira, quer não, só assim pode cumprir linha a linha a sua escrita na qualidade simultânea de autor e de leitor que são duas figuras distintas da Utopia de si mesmo. E depois? Há algum mal nisso?
De modo que fuma, José, deixa correr. Solidões, duplicações, masturbações, é tudo conversa ou pouco menos. Queimam os dedos, reduzem-nos a fibras secas se nos deixamos arrastar por elas. Concreto, concreto, só esse alguém que nos vigia, que te vigia, aí no espelho, e que nos escuta por dentro. Mas escutar, realmente? Para te ser sincero, ainda não percebi. Ainda não sei se... por arrogância, se por desconfiança que ele nos encara com tanta dureza.
Somos três agora. (Sempre fomos, tu é que não reparaste: dois que se olham e um terceiro que os escreve, olhando-se). No entanto, o rosto que nos é comum aos três está devastado pelo tempo. Esse aí não tarda muito que lhe caiam os dentes e fique coberto de rugas a bulir de vermes. Duvidas? Então espera por mais dois ou três outonos de cigarros e já vais ver. Três outonos, não lhe dou mais. Até lá vai continuar assim, em aresta viva, e com a tal contensão que, não sendo arrogância nem suspeita, ser o quê? Orgulho?
Não, orgulho, nem pensar. E se fosse, pior para ele que se calhar pouco fez para mudar o mundo e muito para não se deixar mudar. Aceitemos que é, antes, um endurecimento defensivo, para aí, sim. E aguardemos. O resto, Deus o dirá, se alguma vez o souber ler devidamente.
Tudo isto, já te disse, tem de ser encarado a vários ângulos. Sempre a vários ângulos, não te esqueças, porque, segundo alguns, os personagens deste tipo são de visagem errante. Como toda a gente? Como toda a gente, possível. Só que esse que tens diante de ti nunca na vida soube administrar a sua ima em pública, como se pode depreender logo à primeira abordagem. Porquê, não se sabe; as razões podem ser muitas. Pudor, impaciência, falta de traquejo, sei lá. Há também a independência, a independência... demasiado impeditiva, sempre foi, mas por essa ou por outras razões, a verdade é que esse talento nunca ele teve. E não se julgue que a lacuna não é grave porque a imagem de marca que os corretores das Letras e os lobbies da Opinião põem a circular no mercado a cotações de estarrecer. Ah, os lobbies, ah, os lobbies. Ah, perfumadas sacristias onde o livro em branco, antes de ser livro, já foi condenado ou marcado com uma pétala seca na página da eternidade.
Uma vez mais, silêncio, José mantém-se olhos nos olhos. Parece desconhecer que em qualquer álbum de glórias o verdadeiro retrato do paciente pode ser desfigurado com a mesma facilidade com que o fumo do cigarro o encobre ali no espelho. Nesse caso que se lixe e cara alegre, então não é?
Deixemo-lo portanto assim. Em directo e ao natural. Como se vê, tem o cabelo mais branco neste momento mas mantém a vislumbrada malícia de si mesmo que sempre se lhe conheceu. Pelo menos... o que eu penso - ou, antes, o que ele pensa. Vez por outra nota-se-lhe um perpassar de ironia pelo olhar, mas se o tem... luz breve e em geral magoada, não dá sequer para temperar o desalinho aparente que há nele e que provém mais de uma certa Lisboa à balda do que propriamente de outra coisa.
Quanto ao mais, pouco a acrescentar. Visagem martelada (já se disse), máscara prevenida, assimetrias de quem se talhou ao azar - e é tudo.
Ah, e os cigarros! Em 1990, este autor ainda continua a fumar, imagine-se, e a perguntar todos os dias E agora, José. A cada interrogação aspira, fundo e lento, até o morrão do cigarro abrir brasa no vidro do espelho, e há alturas em que encolhe os ombros e pensa de alto «Acta est fabula», se assim me posso exprimir em sinal de despedida.
Mas é um dizer por dizer, nada de especial. Quando menos se esperar, ele aí estará outra vez nesta cadeira e neste lugar, a fazer resumo e projecto de si mesmo, e diga-se de passagem que não se dá mal assim. Como sempre, não tem angústia nem surpresa porque vai encontrar alguém que amanhã, dia comum, recomeça de novo a vida na primeira linha do capítulo que se segue.
Aqui tens, José, o homem que te interroga. Que te fuma e te duvida. Que te acredita.
E com esta me despeço, adeus até outro dia, e que a terra nos seja leve por muitos anos e bons neste lugar e nesta companhia.
Pá, apaga-me essas rugas. Riscam o espelho, não vês?»

Cardoso Pires por Cardoso Pires, entrev. de Artur Portela, 1ª edição, Publicações D. Quixote, 1991, 124 p., pp. 89-94